Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil

Alguém ainda lembra daquele tema da redação do ENEM de 2017?? Hoje vasculhando meus textos, encontrei esse que ia postar e acabei não postando. Resolvi estudar a temática e trazer para a atualidade, uma vez que muita coisa ja mudou de lá para cá.  Bora ler?

Essa temática é bastante importante não só nos dias de hoje, pois os desafios da educação de surdos e mudos devem iniciar primeiramente pela inclusão, mas diga-se de passagem que só isso não basta, uma vez que em muitos casos, essa inclusão vem de criação de salas separadas, "exclusivas" para esse surdos.

No Brasil temos milhares de pessoas surdas, mas o grande número parece não ser o suficiente para alterar a realidade que vivemos em nosso país. Não há o mínimo de preocupação das escolas em oferecer uma educação inclusiva ou ainda das empresas em oferecer uma chance de trabalho para os surdos e essas pessoas sofrem com a exclusão.

Bom, pra começar o próprio texto no ENEM na época, deu algumas informações bem relevantes sobre o tema. A própria História do Brasil Imperial teve bastante importância no assunto, pois foi em 1857 sob o comando de Dom Pedro II( através da Lei 839/1857) onde pela primeira vez criou a primeira escola de educação de surdos. Talvez por isso a temática levantada, pois há exatos 163 anos como esse tema ainda pode ser obscuro?

Bem, pra início de conversa a própria inclusão educacional ainda é algo inexistente no Brasil, pouco se tem feito ainda pelas melhorias nos cuidados educacionais, uma vez que a educação inclusiva é um processo em que se amplia a participação de todos os estudantes do ensino regular , trata-se também de uma reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade dos alunos, mas a " passos largos" essa realidade tende a melhorar, pelo menos essas são algumas promessas. A proposta de inclusão hoje é garantida pela legislação educacional brasileira, contudo, a garantia de direitos e qualidades de educação ainda é um sonho a ser alcançado, um caminho a ser construído, para isso é preciso que ocorra várias mudanças, dentre elas: estruturais, pedagógicas e principalmente da capacitação de professores.

Um dos desafios que a formação educacional para surdos deve fazer é adaptar esse estudante e não o contrário, reconquistando assim, a sua cidadania. Compreender os tipos de surdez é de suma importância no processo de formação e inclusão, pois através desse diagnóstico é possível trabalhar com muito mais precisão e obter resultados mais positivos na aprendizagem. Existem dois métodos de aprendizagem para surdos: a oralidade, que se baseia na linguagem oral sem usar gestos; e o gestualista, que usa a linguagem oral e gestual em conjunto, destes métodos saem várias formas de comunicação: leitura labial, leitura de expressão facial, entre outros.

Outro desafio importante a ser trabalhado é a Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS), A Lei nº 10.436 tornou a Língua Brasileira de Sinais a segunda linguagem oficial do país, além disso, os órgãos públicos e empresas vinculadas ao governo tem por obrigação ajudar na inclusão dos surdos e na popularização das libras. Mas, a realidade é que é difícil encontrar empresas que tenham em seu quadro de funcionários alguma pessoa surda, além disso, não existe a preocupação de oferecer treinamentos para ensinar aos empregados a linguagem dos sinais. Devido a isso, se um dia um surdo for até essa empresa, não terá como ser atendido.

Enfim, os desafios ainda são grandes em relação à formação de surdos no país, muitos ajustes ainda devem ser feitos, desde a matrícula realizada nas instituições de ensino com escolas que acabam afastando os alunos com necessidades especiais do restante dos estudantes à empresas  que não dão chances para funcionários com essa deficiência.

A inclusão é um movimento mais amplo e de natureza diferente do da integração de alunos com deficiência ou de outros alunos com necessidades educacionais especiais. Na integração, o foco de atenção tem sido transformar a educação especial para apoiar a integração de alunos com deficiência na escola comum. Na inclusão, porém, o centro da atenção é transformar a educação comum para eliminar as barreiras que limitam a aprendizagem e participação de numerosos alunos e alunas (Guijarro, 2005, p. 7).